Indiretas

Jogo de indiretas e sem
meta ou métrica alguma.
O meu tempo passa,
passa mais rápido que dos outros.
E tu não percebes que
foi-se deixando para trás?
Teu erro foi acomodar-se.
Calar-se.
A bem da verdade,
teu erro foi tentar continuar comigo.
Contentar-se.
Vedastes teus olhos
para o verdadeiro inimigo.

De nada vale as indiretas, meu bem.
Ninguém consegue conviver comigo.
Pra quê otimismo?
Jogo falho, mas divertido.
E não te digo:
"Vem! Reconquista-me!"
Sei que tu não o farás.
E se o fizer, nada adiantará.
Ou um ciclo tedioso será nosso vinculo.
Mostra-me outro caminho, Lino.

Pensei gostar da tua indefinição.
E gostei.
Era novidade, quis aprender, provar
Te provar.
Mas a novidade passou
e você ficou sentado no sofá assistindo o Juventus ganhar.
Que diabus de vida é essa?
Mais regressa e eu com tanta pressa de viver.
Sou mulher, homem, bicho, mutante.
A verdade te arremessa
contra o espelho que me mostra.
Fico nua
e todos os meus defeitos estão expostos.
Ainda assim tu continuas calado
cego, indecifrável.
É uma crise e uma falta de crase.
Não consigo viver de poucas frases.

This entry was posted in ,. Bookmark the permalink.

1 Response to Indiretas

  1. Acontece que você vive de poucas frases. Para chegar à suas frases longas é preciso tempo e empenho. Por isso coletam suas curtas frases, fazem imagens mentais sobre sua pessoa, e sugam apenas o que pré-definiram.

    Enfim...Sorte de quem se der ao trabalho de cavar mais fundo...



    Aiai se você fosse homem, hein? HAUAHUAHUA