Camena

Camena, minha menina
Tu és cerveja, cigarro e suor
Cachos, sorrisos e abraços,
vários gestos num só.

Tu não és morena, Camena
mulher serena, filha de Ogum
muito menos amiga, filha ou avó.
Quando vou descobrir que nunca serás
- de um homem só?

Teus versos não me iludem mais
tua prosa não me satisfaz
Oca. É assim que te vejo.
Ecos. É a única resposta que tenho de ti.

Mas teus cachos, ah teus cachos.
Esses Camena, são donos de mim.
E teus lábios, abraços e cochichos
Calam os avisos que tentam me afastar.

Sou louco desvairado
Embriago-me em teus abraços
-curtos abraços.
E divago, e viajo e desejo-te perto.
E então devoro-te e acabo com este fardo.

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2 Responses to Camena

  1. Daniel Lira says:

    Ah a beleza do encantamento que se perde com a dureza da realidade. Até quando nos deixaremos levar por nossos desejos pequenos e a cegueira sempre posta de quem não quer nada senão a felicidade? A inspiração da beleza da vida que se perde quando nosso desejo se esfria por nada e nada além da percepção ébria de que não é desta vez que nossos sonhos serão realizados e que não, não adianta mais tentar. Inspiração, então chega da nossa alma para demonstrar que é pra isso que vivemos, dividir com o mundo nossas dores, pois nelas que o mundo se identifica, mas o objetivo pelo qual escrevemos é se não um, viver pela beleza da poesia, a beleza do desejo incessante de achar a bendita, a bendita da paz.

  2. Darlan says:

    Bonito, apaixonante por demais. Se é filha de Ogum, o adjuntó deve ser Iansã, rs.